quinta-feira, 11 de julho de 2013

Oportunidade, é própria.






Caminhar sem rumo, olhar para baixo, olhar para cima, analisar os lados, tentar entender a vida sem racionalização ideal, somente tentar sentir o que é vivido e perguntar a si mesmo; o que eu sinto?

É tão complicado tudo o que a gente passa. Não achas? Tudo na nossa vida,  os nossos problemas, as nossas indiferenças, as nossas ilusões, os nossos problemas sociais, a nossa impotência que parece limitar o nosso saber e fazer com que a gente ache uma saída; tudo aquilo que um ser humano tem a capacidade de possuir. E esse tipo de coisa, são coisas que pensamos em segundos, minutos, refletimos, é algo que aparece na nossa cabeça, nos dá memórias fotográficas de momentos bons e ruins, nos angustia, e sem saber como e porque, isso vai embora.

De repente, no meio desses devaneios sobre a própria vida, sobre suas ações e sobre as situações nas quais a vida te colocou, em meio a caminhada solitária e totalmente reflexiva, como de praxe, acabamos encontrando algo, um amigo, um objeto, analisamos o que está ao nosso redor, algumas coisas chamam atenção, outras não fazem diferença alguma. Algumas queremos por as mãos, outras queremos jogar para bem longe.

E no meio dessa importância significativa espiritual e emocional, ali estamos, olhando ao chão,  contando os quadrados de cada molde de concreto de uma rua, caminhando sem tocar as divisórias do cimento que separam um molde de concreto do outro, entramos dentro de nós mesmos, fazendo o que gostaríamos de fazer, pensando no que gostaríamos de pensar. Nessas idas e vindas, encontramos no chão, um livro, estranho, feio, aparência de usado, de velho, porém curioso, segue sendo um livro, grande, grosso, com um laço que amarra sua capa e sua contra capa.  Misteriosamente tem seu nome completo escrito nele, na sua contra capa os dizeres: “Livro da Vida”.

Porque um livro, no meio da rua, com o meu nome? Porque Livro da Vida?
Involuntariamente, pela ânsia, pelo nervosismo, você puxa o laço, abre o livro e então lá começa um turbilhão de sentimentos, informações, memórias, lembranças, erros, trajetórias, conquistas, vitórias, dúvidas, medos, todos os seus altos e baixos,  tudo o que passou e tudo o que passará. Você olha para si mesmo e se pergunta; - o que está acontecendo? Você conseguiu entender? Conseguiria entender? Eu entendo que não, pois algo assim não aconteceria, é uma ficção que demonstra que muitas vezes temos na nossa vida, aos nossos pés, diante de nossas mãos, coisas, pessoas, objetos, oportunidades, e diante disso, depende somente de nós esticar o braço para acolher tal coisa ou situação, se devemos olhar, pegaremos; se for um livro, se sentir que podemos, então abriremos, pode ter algo que agrade a você, se lhe der um sentimento bom, ou lhe fizer feliz, estique os braços com o maior dos prazeres.

A oportunidade é algo único, e nós inevitavelmente nos arrependemos de muita coisa que perdemos, por julgarmos o exterior, somente o que é visível aos olhos, ou por darmos "valor" as más línguas que temem em opinar diante de nossos ouvidos sem também o real conhecimento. É preciso conhecer para poder falar, é preciso se instruir pra conquistar. A oportunidade é dada, cabe a nós mesmos, escolher se devemos ou não “encontrar”.

Resgatei este livro enquanto caminhava em um deserto, eu nem procurando estava, talvez ele tenha me procurado. Olhei, analisei, vi seu formato sujo, empoeirado, velho, curioso, seco, duro, grande, grosso, antigo. Gostei, me senti bem, tive a vontade de abrir, senti com meu coração, pensei com a minha própria cabeça, e as vozes dizendo para abrir, partiram de mim mesmo.

Eu abri, e hoje sou muito feliz.